Na noite fria de Curitiba, nada deu certo para o Grêmio, que levou uma virada improvável nesta quarta-feira. O time jogou mal, perdeu por 2 a 0 para o Athletico-PR no tempo regulamentar e foi eliminado nos pênaltis da Copa do Brasil. Depois de ser dominado por quase 90 minutos dentro de campo na Arena da Baixada, o Tricolor sobreviveu até as penalidades, mas foi derrotado por 5 a 4. Pepê, que substituiu Everton, suspenso da partida, foi o último homem a cobrar. Seu chute à meia altura na esquerda parou no goleiro Santos, que espalmou para fora e saiu em comemoração. Fim de confronto e do sonho do hexa em 2019.
Com a torcida cantando forte durante as cobranças, os donos casa deram início com Bruno Guimarães, que bateu firme no meio da goleira para converter. Galhardo convertou a primeira batida do Tricolor. O volante Lucho González cobrou à meia altura, na direita, mesmo lado escolhido pelo arqueiro gremista, e estufou a rede. David Braz também converteu sua penalidade, deslocando Santos.
Na sequência Nikão fez o mesmo com Paulo Victor. Alisson também convertou, batendo alto, no meio do gol. Cirino colocou o Furacão em vantagem. Matheus Henrique chutou firme e deixou tudo igual novamente. Marco Ruben foi para a quinta cobrança e converteu. Foi então que Pepê errou.
Com as duas equipes apostando na velocidade, aos quatro minutos, uma das ferramentas mais polêmicas do futebol brasileiro já entrou em ação. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães acionou o VAR após suposto toque de no braço do meia Wellington após cobrança de escanteio. Após revisão no monitor, mandou a partida seguir. O Grêmio ensaiou uma pressão inicial com uma sequência de escanteios, mas foram os donos da casa que quase abriram o marcador após cobrança fechada de Rony. A bola caiu na rede, por cima da goleiro, garantindo o tiro de meta.
Os ânimos se acirraram quando Pepê foi derrubado no campo ofensivo. Jogadores se aglomeraram em uma discussão, especialmente André com Márcio Azevedo e Lucas Halter. Após intervenção da arbitragem, o jogo foi retomado. Aos 14, Leonardo Gomes foi ao chão após choque com Rony. Na queda, o lateral torceu o joelho e foi retirado do gramado. Oportunista, o Athletico se aproveitou da vantagem numérica para marcar o primeiro gol do confronto.
Rony avançou pelo lado esquerdo, levou para a linha de fundo e encontrou Bruno Guimarães em toque para atrás. O camisa 39 chutou forte no travessão. No rebote, a bola sobrou nos pés de Nikão, que empurrou para dentro sem muitas dificuldades, levando a torcida à loucura na Arena da Baixada. Com a vantagem no placar, mas ainda precisando reverter o saldo negativo, os mandantes mantiveram uma relação ataque-defesa sólida e controlaram a situação, sem dar muitos espaços para os visitantes usarem a velocidade de Pepê ou conseguirem orquestrar com Matheus Henrique e Jean Pyerre.
O Athletico dominou a posse durante boa parte da primeira parcial, contudo, não levou perigo para marcar o segundo. Os comandados de Tiago Nunes tentavam mais os cruzamentos longos pelo alto e arriscavam de média e longa distância. Na casa dos 40, foram duas tentativas de fora da área: primeiro, com Lucas Halter e, depois, com Bruno Guimarães. Em ambas oportunidades, chutaram por cima do gol de Paulo Victor.
Quando ficava com a bola, o Grêmio optava pelo seu tradicional jogo de muitos toques e construção, contudo, sem objetividade: não tinha efetividade para criar chances reais de perigo. A melhor chance dos gaúchos foi aos 30, numa cabeçada de Alisson após lançamento de lateral. Quem mais apareceu foi o goleiro. Apear de pouco exigido, roubou minutos de jogo com a tradicional cera e levou fortes vais da torcida da casa. Por conta disso e das lesões de Leo Gomes e do VAR, foram seis minutos de acréscimo.
Sem alterações na escalação, as duas equipes voltaram a campo com a mesma tônica: donos da casa impondo o jogo. Sem dar tempo para o Grêmio pensar, aos 3, o Athletico ampliou o marcador com Marco Ruben, que não balançava as redes há 12 jogos. o camisa 9 se antecipou a Geromel no cuzamento de Rony pela esquerda e desviou de cabeça para o fundo do gol. Forçando os lances para cima de Galhardo e pressionando a saída de bola, o Furacão não deu chances para o meio campo gremista. A situação ficou ainda mais dramática quando Léo Cittadini sofreu entrada violenta de Kannemann em um contra-ataque. O zagueiro argentino levantou o meia em um carrinho e foi expulso, desfalcando o time numericamente.
Irritado na casamata, Renato sacou o apagado André para colocar David Braz no jogo. Aos 21, em rebote, o zagueiro conseguiu desviar de cabeça para o fundo das redes, mas estava em posição de impedimento e o gol foi anulado. Com mais espaços para criar, os mandantes não se abalaram e seguiram colocando pressão. Thaciano foi lançado no lugar de Jean Pyerre aos 34 para tentar organizar o meio campo e reforçar a marcação.
Dois minutos depois, em um contra-ataque, ele arrancou sozinho, marcado por três e conseguiu a lateral. Na sequência, falta em Galhardo e, no rebote, o Grêmio teve uma grande chance: Cortez ergeu para a área do meio-campo e a bola ficou com David Braz, que girou e tentou o cruzamento por baixo. A bola desviou em Marco Ruben, e quase traiu Santos, que fez a defesa para impedir o gol.
A pressão do Furacão foi forte nos cinco minutos acrescidos pelo árbitro no jogo regulamentar. No fim da partida, Khellven foi à linha de fundo pela direira e cruzou na cabeça de Marcelo Cirino, que desviou à esquerda do gol de Paulo Victor, próximo à trave. Os 180 minutos tiveram igualdade de placares, mas as penalidades acabaram sendo fatais para as pretensões gremistas na Copa do Brasil.
Athletico-PR 2 (5)
Santos; Khellven, Robson Bambu, Lucas Halter e Marcio Azevedo; Wellington (Marcelo Cirino), Bruno Guimarães, Léo Cittadini, Nikão e Rony (Vitinho); Marco Rúben
Técnico: Tiago Nunes
Grêmio 0 (4)
Paulo Victor; Leo Gomes, Geromel, Kannemann e Cortez; Matheus Henrique, Rômulo, Jean Pyerre, Alisson e Pepê, André.
Técnico: Renato Portaluppi
Cartões amarelos: Marcelo Cirino, Marco Ruben, Bruno Guimarães, Lucas Halter (Athletico-PR)
Cartão vermelho: Kannemann (Grêmio)
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (PR)